Pixel Sundays: Tomb Raider – De heroína pixelada a ícone

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Por Notícias
11 de maio de 2025 sem comentários

Esta semana, no nosso artigo do Pixel Sundays, falamos sobre uma franquia que já conquistou muitas gerações. Estamos falando da franquia Tomb Raider, com Lara Croft como uma forte protagonista feminina. Quando foi lançada em 1996, era algo realmente especial ter uma personagem principal mulher em um jogo.

Resumo

Lara é uma espécie de Indiana Jones feminina. Ela é uma arqueóloga com origem aristocrática que explora ruínas perigosas e coleta artefatos antigos. No começo, Lara era muito sexualizada, com roupas curtas e proporções exageradas. Com o tempo, porém, ela se transformou em uma heroína icônica.

Os primórdios de Tomb Raider – O nascimento de uma lenda

O desenvolvimento do primeiro Tomb Raider começou em 1993 no estúdio britânico Core Design. Era uma pequena equipe de apenas seis pessoas, liderada por Toby Gard. Toby queria criar uma alternativa aos jogos de tiro em primeira pessoa da época. Sua proposta era um jogo que combinasse aventura, exploração e enigmas em um mundo 3D. O primeiro jogo foi lançado em 25 de outubro de 1996 para o Sega Saturn e depois também para o PlayStation e MS-DOS.

Tomb Raider

Os desenvolvedores se inspiraram em diversas fontes. Toby Gard afirmou que o jogo Prince of Persia influenciou nas animações realistas e nas mecânicas de plataforma. Os filmes de Indiana Jones também serviram de inspiração para o clima de aventura.

Foi um dos melhores jogos totalmente desenvolvidos em 3D. O jogador controla Lara Croft em terceira pessoa por ambientes complexos. A câmera segue Lara automaticamente e muda de perspectiva em certos momentos para criar um efeito cinematográfico. O design dos níveis é baseado em grade, permitindo movimentos e saltos precisos.

Tomb Raider

Lara Croft rapidamente se tornou um dos personagens mais conhecidos da história dos videogames, muito por conta do marketing. Apesar do jogo já ser forte por si só, os desenvolvedores decidiram usar Lara Croft como rosto publicitário. Ela apareceu em inúmeras capas de revistas e foi frequentemente hipersexualizada. Fora dos jogos, Lara era representada por modelos em eventos. Mesmo sendo criada como uma aventureira forte e independente, nas campanhas publicitárias era frequentemente reduzida à sua aparência. Isso desagradou Toby Gard, que acabou deixando o estúdio antes do segundo jogo.

Os clássicos de Tomb Raider (1996–2003) – Ação, enigmas, arqueologia

Os cinco primeiros jogos da franquia, lançados entre 1996 e 2000, estabeleceram Tomb Raider como uma série de aventuras arqueológicas cheias de ação. Você joga como Lara Croft, explorando destinos exóticos como Peru, Egito, Grécia e Atlântida. A jogabilidade mistura plataforma em terceira pessoa com enigmas complexos e armadilhas mortais. Os níveis costumavam ser labirínticos e exigiam precisão nos pulos, além da resolução de puzzles com alavancas.

O foco principal estava na exploração e resolução de enigmas, com a história ficando em segundo plano. Lara era retratada como uma mulher forte e independente, mas seu personagem pouco evoluía. Ainda assim, os jogos ofereciam uma boa combinação de ação e desafio intelectual. A câmera e os controles foram muitas vezes criticados, mas para muitos jogadores, isso fazia parte do charme da série.

Tomb Raider

Com Tomb Raider VI: The Angel of Darkness (2003), a Core Design tentou um recomeço. Foi o primeiro jogo com uma narrativa mais sombria, na qual Lara é suspeita de assassinato. Foram introduzidas novas mecânicas como elementos furtivos e um sistema de evolução de habilidades. No entanto, o jogo apresentou muitos problemas técnicos, recebendo críticas negativas e vendas decepcionantes. Após isso, o desenvolvimento da franquia passou para a Crystal Dynamics.

Os jogos clássicos de Tomb Raider foram relançados em versões remasterizadas em 2024 e 2025. Em 14 de fevereiro de 2024, foi lançado Tomb Raider I-III Remastered, seguido por Tomb Raider IV–VI Remastered em 14 de fevereiro de 2025. Essas versões permitem jogar os clássicos em PCs modernos, com a opção de escolher entre gráficos clássicos ou aprimorados.

O rebranding pela Crystal Dynamics (2006–2010)

Após o fracasso de *Tomb Raider: The Angel of Darkness* (2003), tanto entre os fãs quanto comercialmente, a editora Eidos Interactive decidiu transferir o desenvolvimento da série da Core Design para o estúdio americano Crystal Dynamics. Essa decisão marcou um dos grandes pontos de virada na história da franquia e abriu novas possibilidades para a série. Assim, toda a franquia passou por uma transformação.

Tomb Raider

Entre 2006 e 2008, a Crystal Dynamics lançou três títulos, conhecidos como a “Trilogia LAU”. Esses jogos são: Tomb Raider: Legend (2006), Tomb Raider: Anniversary (2007) e Tomb Raider: Underworld (2008). Esses jogos colocaram um maior foco nos elementos narrativos e também introduziram controles modernizados, proporcionando uma experiência de jogo muito mais fluida. As mecânicas de plataforma foram aprimoradas com agarrões automáticos e Quick-Time Events, tornando as sequências de ação muito mais dinâmicas.

Na Trilogia LAU, a Crystal Dynamics quis tornar Lara Croft uma personagem mais emocionalmente complexa. Ela recebeu um histórico mais profundo, com destaque para conflitos familiares, como o desaparecimento da mãe. No entanto, mesmo com mais foco na personagem, o jogo ainda priorizava a ação e a aventura, o que colocava o desenvolvimento emocional um pouco em segundo plano.

Tomb Raider

Os três jogos da Trilogia LAU também contavam com uma base técnica muito mais avançada. Os ambientes eram mais detalhados e as animações mais realistas. Contudo, o formato de níveis lineares foi mantido, o que limitava a liberdade de exploração—algo que nem todos os jogadores apreciaram.

O grande reboot: Tomb Raider (2013–2022)

Em 2013, a franquia Tomb Raider foi completamente reiniciada. Este jogo foi desenvolvido pela Crystal Dynamics e nos apresentou uma nova versão de Lara Croft. Em vez de uma aventureira destemida, ela agora é uma jovem inexperiente que precisa lutar pela própria sobrevivência na ilha de Yamatai. Lara é mostrada como vulnerável, e acompanhamos sua evolução até se tornar uma verdadeira sobrevivente. Os três jogos são: Tomb Raider (2013), Rise of the Tomb Raider (2016) e Shadow of the Tomb Raider (2018).

Tomb Raider

Crystal Dynamics desenvolveu os dois primeiros jogos da trilogia do reboot. O terceiro título foi liderado pela Eidos-Montréal, o que permitiu à Crystal Dynamics focar em outros projetos. Apesar da mudança de estúdio, a boa comunicação entre as equipes garantiu continuidade na jogabilidade e no desenvolvimento do personagem.

A jogabilidade combina elementos clássicos de ação e aventura com mecânicas modernas de sobrevivência. Você precisa coletar recursos para fabricar munição e equipamentos, além de melhorar suas habilidades. Lara não usa apenas pistolas e metralhadoras: sua arma principal é o arco, ideal para eliminar inimigos silenciosamente. O jogo oferece segmentos lineares com uma narrativa profunda.

Tomb Raider

Esses novos jogos se destacam por um tom mais sério e sombrio. Durante sua jornada, Lara sofre fisicamente e perde amigos, enfrentando também desafios psicológicos intensos. Essa abordagem confere ao jogo uma atmosfera muito diferente em comparação com os títulos anteriores. O jogo parece muito mais realista e apresenta gráficos de alta qualidade.

O segundo jogo, *Rise of the Tomb Raider*, leva Lara à Sibéria, onde ela investiga o mistério da imortalidade. Este título oferece áreas semiabertas maiores com liberdade de exploração, além de quebra-cabeças mais complexos e missões secundárias. No terceiro jogo, *Shadow of the Tomb Raider*, o foco está na mitologia sul-americana, especialmente a maia e asteca. O mundo do jogo é ainda mais detalhado, com ambientes variados e influências culturais.

Tomb Raider

O jogo foi elogiado por sua execução técnica e apresentação de alta qualidade, embora alguns o tenham criticado por ter ação em excesso. Muitos fãs sentiram falta das seções de quebra-cabeças mais tranquilas dos jogos clássicos. Mesmo assim, a trilogia do reboot foi amplamente bem recebida.

A evolução de Lara ao longo do tempo – De fantasia masculina a símbolo icônico

No final dos anos 90, Lara Croft ficou famosa não por suas aventuras, mas por seu design sexy e chamativo. Com características físicas exageradas e roupas reveladoras, Lara era frequentemente retratada como uma figura de fantasia masculina. Essa representação gerou muitas críticas devido à sexualização das personagens femininas nos videogames, especialmente em uma época em que quase não havia protagonistas femininas. Toby Gard, o criador original de Lara, expressou suas preocupações e chegou a deixar o projeto. No entanto, a estratégia de marketing funcionou — os homens adoravam o jogo, especialmente Lara Croft.

Tomb Raider

Com o reboot da série em 2013, Lara Croft foi reinterpretada como uma personagem realista e vulnerável. Ela deixou de ser uma mulher hipersexualizada para se tornar alguém que precisa sobreviver em um ambiente hostil. Essa nova abordagem foi vista como um passo importante em direção a uma representação mais feminista. Ainda assim, alguns estereótipos persistiram e continuaram gerando críticas.

As adaptações de Tomb Raider – Quando Hollywood encontra os videogames

Com o tempo, Lara Croft também passou a existir fora dos videogames. A primeira adaptação cinematográfica da franquia Tomb Raider foi lançada em 2001, com Angelina Jolie no papel principal e direção de Simon West. O filme combinava cenas de ação com uma representação estilizada de Lara Croft e foi um sucesso comercial, apesar das críticas mistas.

Tomb Raider

A sequência, *Lara Croft Tomb Raider: A Origem da Vida*, chegou em 2003, novamente com Jolie no papel de Lara. Embora houvesse melhorias em relação ao primeiro filme, o sucesso comercial não se repetiu.

Em 2018, uma nova releitura cinematográfica foi feita com Alicia Vikander como protagonista. Essa versão foi inspirada no jogo de 2013 e dirigida por Roar Uthaug. O filme retratou uma Lara Croft mais jovem e vulnerável, com foco em sua evolução como aventureira. As críticas foram mistas, mas destacaram a atuação de Vikander e as cenas de ação.

Tomb Raider

Desde outubro de 2024, está disponível uma série animada da Netflix chamada *Tomb Raider: The Legend of Lara Croft*. A série foi criada por Tasha Huo e animada pelo Powerhouse Animation Studios. Ela continua a história após os eventos de *Shadow of the Tomb Raider* e foi elogiada por seu desenvolvimento profundo de personagem e abordagem feminista da figura de Lara.

O futuro de Tomb Raider – O que vem a seguir?

Em abril de 2022, a Crystal Dynamics anunciou oficialmente um novo jogo da série Tomb Raider. O título está sendo desenvolvido com a Unreal Engine 5, prometendo uma experiência ainda mais realista e imersiva. O jogo ainda está em uma fase inicial de desenvolvimento e está sendo produzido em parceria com a Amazon Games, que será responsável pela distribuição.

O novo título pretende unir os elementos clássicos de Tomb Raider com o desenvolvimento emocional da trilogia reboot. Lara Croft será novamente uma aventureira experiente, que combina as características dos jogos originais com a profundidade emocional dos títulos mais recentes.

Tomb Raider

Segundo fontes internas, o próximo jogo de Tomb Raider será o primeiro a apresentar um mundo totalmente aberto. O jogo será ambientado na Índia, e os jogadores poderão se locomover com motos e paraquedas. Esses novos veículos permitirão explorar esse vasto mundo com mais liberdade.

Conclusão – Uma aventura eterna com espírito moderno

Ao longo dos anos, Tomb Raider passou por diversas reinvenções. Desde seus primórdios pixelados dos anos 90, passando por fases de ação estilizada até a trilogia reboot cheia de emoção, Lara Croft evoluiu — assim como a representação das protagonistas femininas nos videogames. Lara, que começou como um ícone provocante, hoje é uma personagem complexa, vulnerável e com força interior. Seja nos filmes ou na nova série da Netflix, Lara continua relevante. O futuro da franquia, impulsionado por tecnologia de ponta, trará inovações promissoras. O mundo aberto e a ambição narrativa do próximo jogo abrirão um novo capítulo para uma franquia que nunca deixou de evoluir. Uma aventura eterna que acompanha o tempo — sem jamais esquecer suas origens.


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